PRODUÇÕES
Livros e catálogos
"Escrita cobogó": invenção de si, cidades e UniverCidades”. Orgs. Deisimer Gorczevski, João Miguel Araújo Limal; Bruna Luyza Forte Lima Oliveira; Aline Mourão Albuquerque. Santa Maria, RS: UFSM, Ed. PPGART, 2024. 350 p.
RESUMO: Esta coletânea reúne escrituras coletivas, poéticas e políticas com as muitas cidades e universidades com as quais os autores – participantes do Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas (LAMUR | CNPq | UFC), artistas e pesquisadores convidades – convivem instigados com as singularidades e agenciamentos entre arte, cidade e vida, em práticas que movem o pesquisar e escrever coletivo e transdisciplinar. Transitando por experimentações entre artes e ciências, ao longo da Pesquisa Fortalezas Sensíveis: Escritas com as Cidades, criamos o conceito de Escrita Cobogó como uma escrita com, coletiva, arejada, translúcida, composta por passagens, desenhada com vazios, transformadora e transparente, criando efeitos de luz e sombra. As escrituras estão organizadas em três seções – Escrever Com; Escrever com Cidades | Escrever Cidades Com; Escrever com UniverCidades | Escrever UniverCidades Com –, que se orientam por distinções e aproximações com os modos de escrever e fazer com, pela força das cidades como escrituras que se transformam coletivamente e pelas possibilidades de fazer|saber com Univer|Cidades. O livro “Escritas Cobogó - Invenção de Si, Cidades e UniverCidades” marca os 10 anos do LAMUR.
Acesso o Ebook:
Autores (integrantes do LAMUR e convidades):
Aleksandra Holanda, Alice Dote, Aline Mourão Albuquerque, Ana ngela Farias, Anna Caroline Outono, Beatriz Nogueira, Bruna Luyza Forte Lima Oliveira, Bruno Ribeiro Spote, Daniela Mendes Cidade, Deisimer Gorczevski, Eber Marzulo, Édio Raniere, Fernanda Lopes Fetter, Fernando Fuão, Francisco Moura, Ieda Maria Cassuli Bianchini, Janaína Santos Vasconcelos, João Miguel Araújo Lima, Júlia Moreira Ribeiro, Laryce Rhachel Martins, Laura Barcellos Pujol de Souza, Leandro Costa, Luciano Bedin, Luis Artur Costa, Marcos Ribeiro de Melo, Maria Beatriz Colucci, Maria Cecília Pereira da Rocha, Michele de Freitas Faria de Vasconcelos, Natalie Lopes, Nize Maria Campos Pellanda, Rafa Beck, Raisa Christina, Raul Soagi, Renata Peres, Rômulo Santos, Sandra Raquel Santos de Oliveira, Simone Mainieri Paulon.
“Entre Artes: Percursos Poéticos Com Fortaleza” - Org. Carolina Veras, Deisimer Gorczevski, Lucas Araújo e Mel Andrade.
RESUMO: Este livro é um convite aos interessados em processos de criação singulares e encontros poéticos, frutos das instigações e caminhos percorridos pelos autores a partir da convivência na disciplina de Ateliê de Criação V, no Programa de Pós-Graduação em Artes da UFC.
Cada página deste livro é um traçado de memórias e afetos desenhados com imagens e palavras, narrativas sensíveis que desejam traduzir a poesia que habita os territórios urbanos e seus modos de existência|resistência. "Entre Artes" é um exercício para expandir os caminhos e as poéticas, onde cada trajeto se faz plural e cada encontro uma possibilidade de transformação.
Além de apresentar os processos de criação das pesquisas em artes realizadas pelos autores - a proposição do livro é também oferecer aos leitores os percursos poéticos em trajetórias tramadas com imagens, palavras, jogos, montagens, desmontagens que tecem fazeres, saberes e sabores com Fortaleza e suas multipliCidades.
Acesso no repositório:
"Arte que inventa afetos" - org. Deisimer Gorczevski
Fortaleza: Imprensa Universitária - UFC, 2015. 376 p. (Estudos da pós-graduação).
RESUMO: Arte que Inventa Afetos é uma escrita-livro que propõe dar atenção aos processos inventivos e ao que pode a arte como resistência. Resistir, neste caso, é entendido como ato de criar mais perguntas que respostas, provocar encontros no entre das linhas que insistem em separar a cidade e a universidade, mobilizando afetos potentes, inventando outros mundos e afirmando a estética, a ética e a política da diferença. A escrita-livro reúne pesquisadores nas áreas de artes – em especial cinema e audiovisual, dança, artes visuais e teatro –, filosofia, comunicação, psicologia social, antropologia, urbanismo, educação, letras, história, sociologia, mídias digitais, relações internacionais e de políticas públicas. Estabelece-se, portanto, um encontro entre diferentes processos de criação e produção de conhecimento. É um encontro entre pesquisadores, artistas e não artistas, que vivem em diferentes cidades do Brasil, atuando em Universidades, ONG’s, Associação de Moradores e Coletivos autônomos. Aqui se encontra um exercício de escrita que deseja atravessar fronteiras – geográficas e institucionais – e, em especial, apontar caminhos transdisciplinares.
“Cinema que Inventa o Bairro” - Org. Deisimer Gorczevski, Maria Fabiola Gomes, Sabrina Araújo, Pedro Fernandes
1 ed. Fortaleza. Imprensa Universitária, 2019, v.1
RESUMO: Ao acompanhar processos inventivos entre o pesquisar e intervir e a experiência estética e política do encontro com moradores, no bairro Serviluz, interessou analisar as ações do Cine Ser Ver Luz e os modos de ocupar as ruas, praças, o Farol do Mucuripe e as associações, cartografando as intervenções audiovisuais que problematizam as relações entre arte e vida cotidiana e as constantes ameaças das políticas de remoção, nessa região de Zona Especial de Interesse Social – ZEIS, em Fortaleza (CE). Um Livro Catálogo que apresentará o trabalho do Coletivo AudioVisual do Titanzinho, da Associação de Moradores do Titanzinho e dos Coletivos aliados no bairro: Núcleo de Base do Serviluz, Instituto Três Mares – Projeto de Vida, Servilost, Grupo de Teatro Dito e Feiro e Banda Éter Na Mente com o apoio do Edital de Cinema e Vídeo da Secult-CE (2015), da pesquisa Cinema In(ter)venção: Cine Ser Ver Luz amparada no Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas (LAMUR |UFC), vinculada ao Programa de Pós Graduação em Artes (PPGArtes), no Instituto de Cultura e Arte.
Acesso no repositório:
“Nossas Ruas Com Cinema: Cine Ser Ver Luz” - Org. Deisimer Gorczevski, Maria Fabiola Gomes, Sabrina Araújo, Pedro Fernandes, Priscilla Souza e Gerardo Barcelos
1 ed. Fortaleza. Imprensa Universitária, 2019, v.1
RESUMO: Apresentamos o Coletivo AudioVisual do Titanzinho e a Associação de Moradores do bairro, trazendo um pouco das pesquisas e intervenções realizadas com o LAMUR|UFC, um exercício de conversa do Cinema com as Ruas e um conjunto de imagens e escritas de convidados!
Acesso no repositório:
Capítulos de Livro
Intervenções Urbanas e Audiovisuais: invenção de territórios sensíveis. Deisimer Gorczevski, Aline Albuquerque, Emília Schramm
Resumo
O estudo apresenta experiências com intervenções de imersão audiovisual e urbana, em práticas colaborativas que envolvem as relações entre arte e bairro, cinema e cidade, em Fortaleza, Ceará. Propomos fazer emergir singularidades do viver e conviver com os espaços esquecidos da cidade, assim como suas questões e problemas a serem debatidos, afirmando a arte de bairro como política de resistência. A escolha da Cartografia e a relação com a Pesquisa-Intervenção como métodos de fazer-saber coletivo e transdisciplinar convidam à atitude de pesquisar com o bairro, com os moradores, com as associações, com o Cine Ser Ver Luz. Nesse estudo, apresentamos as intervenções audiovisuais Luzes do Farol e Farol l OcupAções realizadas na pesquisa Cinema In(ter)venção: Cine Ser Ver Luz, uma aliança entre o Coletivo AudioVisual, a Associação de Moradores do Titanzinho, no bairro Serviluz, e o Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas (LAMUR/CNPq), da Universidade Federal do Ceará. Tais intervenções nos dão pistas de como o agenciamento das tecnologias audiovisuais podem contribuir com a invenção de territórios existenciais sensíveis.
Livro: A técnica como potência do humano, Organizadores: Nize Maria Campos Pellanda, Francisco Milton Mendes Neto, Maria de Fátima de Lima das Chagas, Editora UFERSA. Mossoró. RS, 2024.
"Imagens de Si e de MultipliCidades" Rafael Carneiro Brasileiro e Deisimer Gorczevski
Resumo: “Imagens de si e de multiplicidades” traz a escrita das experimentações com oficinas de cineclube e fotografias contemporâneas realizadas com participantes da organização não governamental (ONG) Núcleo de Base do Serviluz, atuantes nas lutas e organizações de Direitos Humanos, e estudantes da Escola Municipal Godofredo Castro Filho. As oficinas foram coordenadas por participantes do Coletivo AudioVisual do Titanzinho em aliança com a Associação de Moradores do Titanzinho e o Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas (LAMUR), em 2018 e 2019, no Serviluz. Ressaltamos o desejo do bairro de produzir e inventar imagens de si e de mundos. As imagens produzidas pelos moradores instigam o pensamento crítico nas experimentações com a criação de imagens e as fabulações que estas podem gerar, além de movimentos cineclubistas com o bairro. As possibilidades de invenção imagética acontecem em processos de criação singulares e coletivos com os estudantes das escolas e com aqueles que participam das sessões com as ruas e praças e que se envolvem em intervenções do Coletivo AudioVisual e da Associação de Moradores do Titanzinho, fazendo crescer a partilha de imagens feitas com o bairro, em Fortaleza CE.
lLivro: Educação para cuidar e saúde mental para aprenderOrganizadoras: Karla Rosane do Amaral Demoly e Maria Macena Fontenelle Mossoró.Editora: EdufersaAno 2023páginas do capítulo: p. 205-222
"Descolonização do Inconsciente: experiências com o corpo, a imagem e a cidade" Adriano Morais de Freitas Neto, Ana Paula Veras Camurça Vieira e Laryce Rhachel Martins Santos.
Resumo:
Ao olhar a Fortaleza do tempo presente, a escrita produzida a partir de três experiências artísticas em vivências pela cidade de Fortaleza-CE sob o título “Descolonização do Inconsciente: experiências com o corpo, a imagem e a cidade”, de Adriano Morais de Freitas Neto, Ana Paula Veras Camurça Vieira e Laryce Rhachel Martins Santos, tensiona as capilaridades do sistema neoliberal, especialmente como “colonização do inconsciente”, a penetrar nas diversas formas cotidianas de existência no mundo. O ensaio foi inspirado na palestra realizada por Carmen Oliveira, na abertura do IV Seminário Internacional das Artes e Seus Territórios Sensíveis, realizado pelo PPGArtes|UFC.
Livro: Mapas de um mundo ausente: ensaios críticos em artes”, Organizadores Jo A-mi e Kaciano Gadelha | Tia Kaci (in memória), Editora UFC | Imprensa Universitária, 2023.
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“Escorrer até o porão da casa que já não é do Barão” Deisimer Gorczevski e Sálvia Braga.
Resumo:
O ensaio apresenta um apanhado crítico e artístico da Casa do Barão de Camocim, equipamento histórico localizado no centro de Fortaleza, construído no final do século XIX e atrelado a todo um imaginário da belle époque fortalezense. Seguindo o fio crítico que vai desde o entendimento do patrimônio histórico, sua problematização em torno de visibilidades e invisibilidades do arquivo, da colonialidade e da memória até o momento em que a edificação passa a funcionar como equipamento cultural, por exemplo, na ocasião das mais recentes edições do Salão de Abril, as autoras nos levam às leituras e camadas poéticas e de tensionamento das intervenções e trabalhos artísticos que ocorreram nesse espaço da cidade de Fortaleza. O ensaio apresenta um recorte atualizado da pesquisa “Intervenções com a Casa: do Barão, da Vila, das Artes, da Cidade”, realizada no Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGArtes), na Universidade Federal do Ceará (UFC), de autoria de Salvia Braga Pinheiro com orientação da professora Deisimer Gorczevski, defendida em 2019, na Vila das Artes, em Fortaleza.
Livro: Mapas de um mundo ausente: ensaios críticos em artes” ,Organizadores: Jo A-mi e Kaciano Gadelha | Tia Kaci (in memória) Editora UFC | Imprensa Universitária, Fortaleza, Ceará, 2023
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“Modos de habitar/ocupar o território, colaborações entre universidade e bairro.” Deisimer Gorczevski e João Miguel Diógenes de Araújo Lima
Livro:
O capítulo apresenta percursos poéticos e políticos entrelaçados com imagens que tateiam gestos de afeto com a cidade. Em conversas, encontros e caminhadas, o coletivo de pesquisa se deparou com potencialidades de investigação: vídeos produzidos por moradores do Titanzinho e trabalhos científicos feitos com o bairro. Na nossa cartografia, com questões relativas ao audiovisual, à cidade, ao território, à moradia e ao pensamento na produção e partilha de imagens, trazemos modos de habitar|ocupar o território. São ações realizadas com o Coletivo AudioVisual do Titanzinho e a Associação de Moradores do Titanzinho, no bairro Serviluz, uma aliança do Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas (LAMUR), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGArtes), do Instituto de Cultura e Arte (ICA), UFC, um processo disparado nas pesquisas Coletivo AudioVisual do Titanzinho (2014-2017) e Cinema In(ter)venção): Cine Ser Ver Luz (2017-atual). Apresentamos, como modos de habitar|ocupar o território, o Mapa das Artes do Serviluz | Mapa dos Afetos, Titan não se vende, Descadastramento, Mostra AudioVisual e a intervenção Farol | OcupAções. Ações colaborativas com coletivos, associações de moradores, artistas, estudantes de graduação e bolsistas de iniciação científica, afirmando a aliança entre universidade e bairro.
Livro: Entre territórios e redes: arte, memórias, cidades. 01ed.São Paulo: e-Manuscrita, 2022, v. , p. 231-249.
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“Cinema com o bairro: modos de pesquisar e intervir.” Deisimer Gorczevski
Resumo:
A cartografia também está no centro da escrita do capítulo Cinema com o bairro: modos de pesquisar e intervir. O projeto Cine Ser Ver Luz hasteia a bandeira do direito à cidade e uma incursão reflexiva que, nos termos mais tradicionais, bem poderia ser sobre o bairro, mas vai além, e é com o bairro – no caso, o Serviluz, à beira mar, na cidade de Fortaleza. É por ali, transitando por ruas, praças, praias, junto com moradores, associações e o Coletivo AudioVisual do Titanzinho, que um processo cartográfico é construído, reforçando o sentido do cinema de mãos dadas com a luta pelo direito de viver-morar num pedaço paradisíaco da capital cearense.
Livro: Poéticas de pesquisa: cartografando o audiovisual. 1ed.Aracaju: Criação, 2021, v. 1, p. 149-172.
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“Sobre poéticas políticas - micro intervenções na cidade de Fortaleza”- Deisimer Gorczevki, Aline Albuquerque, Sabrina Araújo e Cecília Shiki. In: IV Diálogos Internacionais em Artes Visuais. I Encontro Regionl da Anpap/NE. Arte e Política.
Resumo: Propomos um encontro entre arte e micropolítica e os processos de criação, especialmente, as intervenções visuais urbanas e coletivas. Um encontro que problematize a arte como experiência estética e política de resistência que acontece em espaços não convencionais, envolvendo artistas e não artistas. Considerando a relação, os impasses e questões contemporâneas, toma-se a diversidade de conceitos – intervenção, resistência, espaço- tempo, público, particularmente,
em suas capacidades de produzirem diferença e singularidades. A pesquisa intervenção e a cartografia instigaram a realização das experiências estéticas – Basquianas n. 1 e Oficina de Lambe – que se desdobraram em micro intervenções colaborando com a análise da relação entre pesquisar e intervir como potência que nos impele a ativar sensíveis conexões entre arte e política.
Palavras-chaves: Arte; Experiência Estética; Micropolítica; Intervenção; Resistência.
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“O vídeo como dispositivo na pesquisa in(ter)venção com juventudes” Deisimer Gorczevski e Nair Iracema Silveira dos Santos
Livro: Panorâmica da investigação em comunicação no Brasil: processos receptivos, cidadania, dimensão digital. Alberto Efendy Maldonado Gómez de la Torre (Org.). 1ed. Salamanca - Espanha: Comunicación Social - Ediciones y Publicaciones, 2014, v. 1, p. 137-159
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“Imagens de si e do mundo incidindo e fazendo emergir composições singulares e coletivas” - Deisimer Gorczevski e Sabrina Késsia de Araújo Soares
Livro: Arte jovem: redesenhando fronteiras da produção artística e cultural. Maria Isabel Mendes de Almeida; Fernanda Deborah Barbosa Lima. (Orgs.). 1ed. Rio de Janeiro: Gramma editora, 2014, v. 2, p. 7-36.
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Periódicos
"Caminhar com as Cidades: Estranhar, Conversar, Conviver " - Deisimer
Gorczevski, Laryce Rhachel Martins Santos, Aline Mourão Albuquerque, Francisco Feitosa Moura Filho,
Revista Digital do Laboratório de Artes Visuais | Revista Digital Do LAV
Resumo: Este estudo traz inquietações que emergiram, inicialmente, a partir da proposição do caminhar como possibilidade de aprender a conversar e conviver com estranhos. Com a intensificação das deambulações, outras questões com a tríade estranhar, conversar e conviver foram suscitadas como modos de pesquisar e intervir, considerando o caminhar como prática estética e produção de espaços (Careri, 2013, 2017), incendiador de caminhos (Couto, 2009) e dispositivo de processos (trans)formativos, operados com artistas, pesquisadores e educadores do Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas (LAMUR|CNPq, 2013-2023). Pensar nesses processos, que acontecem na convivência, é também questionar: o que se inventa ao caminhar com ruas, praças, praias, estações do metrô, campi da universidade? Em andanças foram encontradas algumas pistas afirmando a indissociabilidade entre arte e convívio, a partir de afecções e processos de singularização que resultaram das experimentações Bó Caminhar, Caminhar com Vazios Urbanos, Caminhar e Escutar e Ateliê de Criação: percursos com as Univer|Cidades. Dessa forma, os processos (trans)formativos explicitados nesta escritura, embora singulares, convergem para a criação de redes de convívio e conversações, a partir de convites para a realização de caminhadas coletivas com a universidade, a cidade e seus vazios. Entre as proposições com as deambulações o desejo de inventar descaminhos, suspeitar do que vemos e ouvimos. Foram criados mapas sensíveis e fugazes com intensidades partilhadas e desenhadas por cartografias múltiplas, permeáveis e inacabadas. Nas errâncias, portanto, foi possível se tornar vulnerável às interferências do espaço; a partir da caminhada com ele, sujeito e agenciador de afetos e micropolíticas.
Palavras-chave:Caminhar; Univer|Cidades; Estranhar; Conversar; Conviver.
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"Dossiê Artes e Convívio" organizadoras: Andréia Machado Oliveira (UFSM), Eduarda Gonçalves (UFPel) e Deisimer Gorczevski (UFC).
Resumo:
A página editorial da edição 18 do periódico de pesquisa Paralelo 31 traz o texto de apresentação do Dossiê Artes e Convívio intitulado Artes em convívio. Os processos e os saberes no contemporâneo, organizado pelas artistas, professoras e pesquisadoras em arte Dra. Andréia Machado Oliveira (UFSM), Dra. Eduarda Gonçalves (UFPel) e Dra. Deisimer Gorczevski (UFC).
Palavras-chave: Artes e práticas contemporâneas; Modos de convívio; Ações em comunidades; Ações com comunidades.
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Lançamento do "Dossiê Artes e Convívio" organizadoras: Andréia Machado Oliveira (UFSM), Eduarda Gonçalves (UFPel) e Deisimer Gorczevski (UFC).
A live de lançamento do dossiê "Artes e convívio: os processos e os saberes no contemporâneo" - publicado na edição 18 da Revista Paralelo 31 (UFPel) - contou com a presença de suas organizadoras: Andréia Machado Oliveira (PPGART/UFSM); Eduarda Gonçalves (PPGAVI/UFPel) e Deisimer Gorczevski (PPGArtes/UFC).
O Dossiê Artes e Convívio reúne em suas páginas os encontros, as conversas, as viagens, as pesquisas teóricas e poéticas que envolvem estar e trabalhar junto com o outro, ou seja, investigar outros modos de estar juntos nas/pelas/com artes. O traçado de uma cartografia de processos e saberes que mobilizam a participação e a colaboração de diferentes maneiras, com o objetivo de instaurar um espaço dialógico entre diferentes contextos e manifestações culturais, abrindo espaços para falas que problematizam o lugar das artes na produção de outros modos de conviver na contemporaneidade.
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"Pesquisar, intervir, inventar com as Cidades." Deisimer Gorczevski, Aline Mourão de Albuquerque, João Miguel Diógenes de Araújo Lima. PARALELO 31, v. 2, p.270-297. |Publicado 2022
Resumo:
Nossas pesquisas propõem intervenções poéticas e políticas com as cidades que somos e com as quais nos inventamos em modos de viver e conviver — atentos às relações, singularidades e agenciamentos entre arte, cidade e vida —, em práticas que exercitam o pesquisar e intervir coletivo e transdisciplinar. Propomos pensar: como a arte pode ativar experiências estéticas com diferentes espaços-tempo das cidades e da universidade? Uma universidade que se movimenta entre as cidades e com as cidades. As artes e a universidade percorrem espaços do fazer cotidiano e da convivência, como ruas, praças, praias, becos, esquinas, casas, construções abandonadas e áreas verdes – espaços não convencionais das artes. Movimentar as artes e a universidade com o cotidiano demanda a invenção de modos de fazer-saber. Um dos desafios desta escrita é pensar acerca das especificidades de um laboratório de pesquisa em artes, de como ele nos solicita protocolos distintos de pesquisa, de pensamento, de visão e de invenção de mundo(s). Nesse breve artigo desejamos instigar os leitores a conhecerem o Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas (LAMUR), vinculado ao Programa de Pós- Graduação em Artes (PPGArtes), no Instituto de Cultura e Arte (ICA) da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Palavras-chave: Artes; micropolíticas; pesquisar com; invenção; cartografia.
“Conviver com as cidades, tornar-se com as plantas" por João Miguel Lima (2022) Revista PARALELO 31, v. 2, p.270-297. |Publicado em 2022.
Resumo: Este texto compartilha experimentações e proposições entre caminhar e fotografar (n)a cidade, junto a plantas, árvores e folhas secas, num processo de investigação com as artes que teve duração de 2014 a 2019, em Fortaleza, Ceará. Na intenção de mobilizar saberes do corpo e interferir nos modos como somos cidades, no contexto de uma crise ecológica, a pesquisa abrange plantas que brotam pelo concreto – “ocupadeiras” – e a coleta de folhas secas usadas em bordados, que se desdobraram em processos de criação, com convites à experimentação e à partilha, numa poética de encontros, intervenções, oficinas de bordado em folhas e caminhadas.
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"Texto-trajeto: caminhar entre cenas, tempos e espaços no Poço da Draga (CE)" Ana Paula Veras Camurça Vieira, Deisimer Gorczevski, Érico Oliveira de Araújo Lima PÁGINA 386 - 422 | Publicado 2021
Resumo:
A partir da proposição de um texto-trajeto, esse artigo caminha em companhia de alguns filmes realizados nos últimos anos na comunidade do Poço da Draga, em Fortaleza – CE. Durante esse percurso, nossa escuta se ateve aos modos como as imagens, em meio às disputas que emergem à superfície do espaço urbano, colaboram com um enfrentamento aos projetos hegemônicos de cidade. Junto aos filmes Visita Guiada (Victor Furtado, 2016), Ponte Velha (Victor de Melo, 2018) e Visita da Raquel Rolnik no Poço da Draga – Parte I (Conselho Comunitário da Defesa Social e Ilha da draga audiovisual, 2012), elaboramos modos de engajamento no espaço. Com a perspectiva do texto-trajeto, concebido enquanto um dispositivo da cartografia, tentamos mobilizar uma atitude de pesquisa, de escrita e de produção desconhecimento, que se faz em meio a processos em curso na cidade, captando as linhas tecidas entre as produções audiovisuais e as tensões espaciais que compõem o urbano, com destaque para as dinâmicas internas ao Poço da Draga. Os curtas-metragens aqui reunidos são postos nas suas aproximações e diferenças, permitindo a emergência de políticas, poéticas e epistemologias singulares, expressas na imbricação entre as maneiras de filmar e os modos de vida dos sujeitos que moram no lugar.
Palavras-chave: cinema; cidade; espaço; cartografia; texto-trajeto.
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"Artes de Intervenção, Inventar Cidades" Deisimer Gorczevski, João Miguel Diógenes de Araújo Lima, Aline Mourão Albuquerque. | Publicado 2021
Resumo
Habitamos a cidade que nos habita, atravessamos a cidade que nos atravessa. Com interesse sobretudo na resistência pelos afetos e nas micropolíticas acionadas pelo desejo e pelo que nos faz querer viver, partimos em pesquisa-expedição, no encontro da arte contemporânea com a cartografia. Como pesquisar e intervir pode ativar experiências estéticas, com diferentes espaços-tempos da cidade e da universidade? Esta questão norteia as ações realizadas pelo Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas (LAMUR), entre elas: ConversAções na Praia do Vizinho e Micropolítica e Revolução, apresentadas neste trabalho. Movimentar as artes e a universidade com o cotidiano urbano demanda a invenção de modos de fazer-saber. As questões da cidade instigam conversas e encontros com as ruas; revolução, utopia e heterotopias transbordam em imagens que tomam corpo em projeções audiovisuais colaborativas, lambe, fotografia e colagens. As artes de intervenção entrelaçam-se com modos de viver e conviver, impulsionando a potência de processos coletivos e singulares em resistir e inventar cidades.
Palavras-chave: Arte contemporânea. Cidade. Micropolíticas. Invenção. Cartografia.
“CINEMA IN(TER)VENÇÃO: CINE SER VER LUZ”
- Rafael Carneiro Brasileiro e Deisimer Gorczevski.| Publicado em 2018
Resumo: A pesquisa Cinema In(ter)venções tem como objetivo acompanhar processos inventivos entre o pesquisar e o intervir com o bairro Serviluz, localizado na orla de Fortaleza, na realização de sessões do cineclube Cine Ser Ver Luz, além de incentivar a formação e realização de outros cineclubes, entendendo, durante o processo, as intervenções artísticas audiovisuais como possibilidades de produção de subjetividade e políticas de resistência, considerando o contexto das políticas de remoção que o bairro vem lidando, mesmo configurando uma Zona Especial de Interesse Social (ZEIS), além de tensionar a relação entre pesquisa e vida. Com estudos e práticas da Cartografia e da Pesquisa Intervenção, em especial as Pistas do Método de Cartografia (PASSOS, KASTRUP, ESCÓSSIA, 2010), percebendo que não há um método a ser aplicado, pois que as questões pesquisadas surgem durante a pesquisa, na relação com o bairro e os moradores, bem como a experiência do pesquisador e sua relação com a pesquisa. Durante agosto de 2017 e junho de 2018 foram realizadas sessões do cineclube Ser Ver Luz (envolvendo a escolha dos temas, curadoria dos filmes, caminhadas de divulgação, etc.), a VI Mostra AudioVisual do Titanzinho, na qual foi possível homenagear cineastas do próprio bairro exibindo filmes cartografados durante a pesquisa, colaborar na
realização do “Sarau Farol Rock” e de outros saraus realizados em aliança com coletivos que atuam na associação - Servilost, Dito e Feito, Éter na Mente, além de confirmar o interesse do bairro na criação de cineclubes, com destaque para a formação do cineclube do Núcleo de Base do Serviluz, aonde foram realizadas oficinas, curadorias e sessões de filmes para pensar cinemas com o bairro, entendendo as várias formas de organização de um cineclube e distinguindo as singularidades de cada um. A pesquisa tem como apoio a bolsa PIBIC de iniciação científica, possibilitada pela Universidade Federal do Ceará.
“CINE SER VER LUZ E FAROL OCUPAÇÕES: EXPERIÊNCIAS DE CRIAÇÃO E PRODUÇÃO ARTÍSTICA COM O BAIRRO SERVILUZ” - Emilia Schramm Duarte e Deisimer Gorczevski.| Publicado em 2018
Resumo: A pesquisa Coletivo AudioVisual do Titanzinho – Cine Ser Ver Luz analisou intervenções visuais e audiovisuais e problematizou o ato de intervir e inventar encontros entre moradores, artistas, estudantes e pesquisadores com o bairro Serviluz, em Fortaleza. Uma das estratégias para dar conta do exercício teórico-metodológico foi operada com as contribuições da Cartografia e da Pesquisa Intervenção. A pesquisa aconteceu no Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas (LAMUR), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Artes na Universidade Federal do Ceará (UFC), entre 2014 e 2017. No período de 2016 e 2017, interessou-nos cartografar processos de criação coletivos, em especial, as intervenções urbanas com o Cine Ser Ver Luz, o Projeto Serviluz das Artes: EcoVisuais e, em especial, o Farol | OcupAções, inspirado nas intervenções realizadas no Farol do Mucuripe, patrimônio histórico que enfrenta o descaso do poder público, trazendo a tona questões | problemas que sugerem o urbano como plano de intervenções e a arte como política que resiste à captura do sensível. Entre as intervenções urbanas e audiovisuais analisadas, chamou-nos atenção o envolvimento e as alianças entre o Coletivo AudioVisual do Titanzinho e o Servilost na criação e no desejo por espaços de encontro com o cinema e o audiovisual, bem como as experimentações com a arte urbana (graffiti e stencil) potencializando ações itinerantes em ruas e praças e fortalecendo laços de vizinhança entre moradores que vivenciam às constantes ameaças das políticas de remoção e requalificação da região litorânea, em Fortaleza.
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“Escrita ProvocAções” - Jo A-mi, João Miguel Lima, Camila Chaves, Allan Alfredo, Cecí Shiki, Larissa Batalha. | Publicado em 2017
Resumo: Cinco textos resultantes da oficina Escrita ProvocAções, realizada e proposta pelo LAMUR – Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas, da Universidade Federal do Ceará, em 2017, em que o texto foi explorado como processo de criação e pensamento poético. "Brincadeira de criança", de João Miguel Lima, e "Preciso de um cata-vento", de Ceci Shiki.
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“ConversAções: encontros entre as artes, a cidade e a universidade” - Deisimer Gorczevski e João Miguel Diógenes de Araújo Lima. | Publicado em 2017.
Resumo: Nesta escrita propomos pensar o campo das artes e seus territórios sensíveis, desdobrando-o a seus limites, trazendo à tona palavras- ideias como micropolíticas e conversações, que operam na perspectiva de inventar caminhos inter e transdisciplinares com a universidade e as ruas de nossas cidades. Em meio a tais possibilidades, trazemos ConversAções, um convite ao encontro às intensidades, que tomam corpo e inventam afetos. A universidade que experimentamos tem se lançado na
aventura de conversar com as artes e os agenciamentos que criam encontros e vizinhanças, de modo a impulsionar os fluxos de saberes e fazeres no sentido de tecer entre Univer|Cidade. Palavras-chave: Conversar. Cidade. Universidade. Transdisciplinaridade. Micropolítica.
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“Cinemas em vento” - Nataska Conrado Veiga Braga. Revista Pirilampo, Fortaleza, v. 1, n. 0, 2017. p.11-13.
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"Brasil - Fortaleza - Ceará - Bairro Vicente Pinzón (2013 -...)", de Aline Albuquerque. |Publicado em 2017
Resumo: Integrante do LAMUR. Suas fotografias estão na capa da revista e abrem cada um dos textos que compõem o número dedicado às "Artes e Micropolíticas".
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“COLETIVO AUDIOVISUAL DO TITANZINHO – CINE SER VER LUZ” - Ana Paula Veras Camurca Vieira e Deisimer Gorczevski. | Publicado em 2016
Resumo: A pesquisa acompanha o processo de criação do Cine Ser Ver Luz e as intervenções sonoras, visuais e audiovisuais realizadas nas ruas, praças e no farol, entre outros espaços comuns, no bairro Serviluz, na perspectiva de ampliar às escutas e análises de como os moradores vivem, convivem e resistem às constantes ameaças das políticas de remoção, na cidade de Fortaleza. Na pesquisa-intervencão, propomos cartografar os processos de criação e ao que pode a arte como resistência, entendendo resistir como ato de criação de mundos. Com as ações do Cine o Coletivo AudioVisual vem realizando sessões itinerantes com diferentes temáticas, entre elas - Memória, Direito à Cidade, MarIntimidade, Arte Urbana, Juventudes, Afeto e Amizade 2013 que orientam a curadoria para a composição da programação trazendo desde produções do cinema clássico e internacional às locais e contemporâneas. O Cineclube e as intervenções urbanas e audiovisuais que acontecem nos encontros com os moradores em percursos com o Carrim das Artes por ruas, praças e na região do Farol também implicam avançar na problematização da relação entre a experiência estética e política na produção do conhecimento e nos modos de inventar distintas realidades. Nessa perspectiva, criamos uma intervenção, na Praia das Pedrinhas, espaço com pequenas piscinas naturais, ameaçado por políticas de revitalização que promovem a especulação imobiliária. A intervenção mapeou imagens lúdicas, de lazer e de afeto que os moradores vivenciam com o mar contrastadas com a campanha publicitária do principal parque aquático, no Ceará. Nas narrativas visuais e sonoras que foram cartografadas ao acompanharmos o movimento das ruas, dos becos, das praças, no contato com o mar e no farol, o bairro Serviluz é afirmado, por seus moradores, como espaço-tempo de encontro e partilha que oferece a força de quem resiste, diariamente, inventando outros modos de vida, onde o sentido ético-estético encontre um lugar preponderante.
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“Centelhas poéticas sobre um cinema entre pessoas, praias e embarcações”- Nataska Conrado Veiga Braga e Deisimer Gorczevski Revista Encontros Universitários da UFC, Fortaleza, v. 1, n. 1, 2016. (Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação, 9).
Resumo: Pessoas caminham pelas ruas na direção da praia. Pisam na areia. Demoram-se diante de um pequeno barco a vela estacionado e iluminado por uma luz que sai de uma caixinha que está logo à frente da embarcação. As pessoas trazem consigo cadeiras, banquinhos, panos, que assim como troncos de coqueiro, montinhos de areia ou pedaços de arrecife, são objetos ou lugares para sentar.
Por trás do barco, outros barcos, o mar, o rio, a lagoa, o mato, algumas casinhas, cachorros, pessoas ou o que mais fizer daquele lugar um lugar. Outras pessoas curiosas e surpresas tocam a luz que caminha até a vela e transpassa o pano, que agora tem um avesso luminoso.Por causa disso, inclusive, algumas pessoas escolhem sentar do lado oposto àquele onde a luz se projeta. O vento infla a vela de pano, dando a ela uma forma abaulada, a mesma forma do teto – o céu. Ar em movimento que refresca é suporte para a tela crua. Sons saem de algumas caixas pretas. E imagens movimentam a embarcação parada – mais filmes curtos e médios que filmes longos; mais coloridos que preto e branco; mais nacionais que internacionais; daqui, dali e de acolá. Por meio de relatos de experiências vividas em Alagoas no Acenda uma Vela (2005-2013), projeto idealizado pelo cineclubista e documentarista Hermano Figueiredo e realizado pela organização cultural Ideário, reflexões acerca desse cinema como lugar de encontros, convivências e partilhas a pensar dispositivos cinematográficos, situações cinema, mas, sobretudo, presenças e sentidos do espectador junto a discussão de cinema como arte política presente em Jean-Louis Comolli e da noção de espectador emancipado trazida por Jacques Rancière, visando apontar para possíveis poéticas da espectação num cinema que se dá entre pessoas, águas, areias e embarcações.
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Trabalhos Completos
" Fortalezas (In)visíveis: Intervenções Urbanas e Audiovisuais" - Deisimer Gorczevski, Aline Mourão de Albuquerque, Emília Schramm Duarte. In: 3º Congresso Intersaberes em Arte, Museus e Inclusão;3º CIAMI; III Encontro Regional da ANPAP Nordeste, 2020, João Pessoa. Arte e Transmidiações - Anais do 3º Congresso Intersaberes em Arte, Museus e Inclusão; III Encontro Regional da ANPAP Nordeste e 8ª Bienal Internacional de Arte Postal, 2020.
Resumo: O estudo problematiza a relação entre arte e bairro, cinema e cidade como desdobramento de experiências com intervenções audiovisuais e urbanas, em Fortaleza, Ceará. O trabalho propõem tornar visíveis singularidades do viver e conviver com os espaços esquecidos da cidade, suas questões e problemas a serem debatidos, afirmando o urbano como plano de intervenções e a arte de bairro como política de resistência. A escolha da Cartografia e a relação com a Pesquisa-Intervenção como métodos de fazer-saber coletivo e transdisciplinar convidam à atitude de pesquisar com o bairro, com os moradores, com as associações, com o Cine Ser Ver Luz. Pensar uma arte de bairro, ou ainda, um cinema que inventa o bairro, nos remete às proposições de Hélio Oiticica: arte ambiental, mundo museu, crelazer. Implica pensarmos a arte como atitude, como também sugere o artista Cildo Meireles. Quando questionado sobre como seriam os museus no futuro, Meireles (2009) respondeu que não sabia ao certo, mas que, talvez, os museus viriam a ser o próprio modo de existência das pessoas, seus hábitos, seus modos de conviver. Nesse estudo, apresentamos as intervenções audiovisuais Luzes do Farol e Farol l OcupAções realizadas na pesquisa Cinema In(ter)venção: Cine Ser Ver Luz uma aliança entre o Coletivo AudioVisual, a Associação de Moradores do Titanzinho, no bairro Serviluz e o Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas (LAMUR/CNPq) da Universidade Federal do Ceará. A ideia de uma estetização da vida, de uma ritualização dos gestos, a ideia de atribuir sentido às práticas cotidianas, coaduna-se com a de arte de bairro ao aproximar a dimensão estética da arte dos gestos cotidianos. Esse movimento é prenhe de possibilidades inventivas e transformadoras, é um movimento que aproxima arte e vida, é, portanto, um comprometimento estético e social com o entorno de onde se habita. É fazer micropolítica.
Palavras-chave: Artes; Cidade; Intervenções Audiovisuais
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"FORTALEZAS (IN)VISÍVEIS: INTERVENÇÕES URBANAS E AUDIOVISUAIS "
Deisimer Gorczevski, Aline Mourão de Albuquerque, Emília Schramm Duarte são autoras do artigo "FORTALEZAS (IN)VISÍVEIS: INTERVENÇÕES URBANAS E AUDIOVISUAIS ", apresentado no GT 02 - Múltiplos lugares da arte e do patrimônio - Drª. Luciana Costa (UFPB) e Drª. Maria Betânia e Silva (UFPE). 3 CIAMI e III Encontro Regional da ANPAP NE. 2020.
“Cinemas em vento, ao ver, inventar”- Nataska Conrado Veiga Braga. Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas, 26º, 2017, Campinas. Anais do 26o Encontro da Anpap. Campinas: Pontifícia Universidade Católica de Campinas, 2017. p.3229-3242.
Resumo: Numa deriva que não cessa, que não se rende à fixidez nem à apoteose, tentamos nesta escrita apontar para o cinema como múltiplo, adentrando na escuridão sem dar as costas aos corpos que se bronzeiam com as luzes dos filmes. Como numa conversa, vejamo-nos escrevendo e vendo juntos, percebendo que inventamos cinemas e nossos modos de vê-lo se, quem sabe, também percebendo que, com isso, também inventamos modos de juntos vivermos. Com o que vem conosco, com as afetividades dos encontros e com o que provocam em nós Humberto Maturana (1999; 2008), Hermano Figueiredo e alguns outros, pensamentos intermitentes sobre ver, sobre espectadores e cineclubes.
Palavras-chaves: Cinemas; modos de ver; afetividades; invenções; cineclubes
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"Imagens de si e de multipliCidades" - Rafael Carneiro Brasileiro e Deisimer Gorczevski
Resumo: Nesse estudo, acompanhamos o processo de criação e realização de oficinas de cineclube e fotografia contemporânea, em escolas municipais e organizações comunitárias, no Serviluz, em Fortaleza. O trabalho apresenta um recorte da pesquisa Cinema In(ter)venção que acompanha processos inventivos entre o pesquisar e o intervir, na realização de Mostras AudioVisuais, sessões do Cine Ser Ver Luz e oficinas, entendendo as intervenções artísticas como possibilidades de produção de subjetividade e ações de resistência, considerando o contexto das políticas de remoção, em uma Zona Especial de Interesse Social (ZEIS). Ao cartografar e analisar as experiências com cinema foi possível mapear os cineclubes, organizados pelos próprios estudantes, afirmando o desejo de inventar imagens de si e do bairro.
Palavras-chaves: Oficinas, Cinema com o Bairro. Intervenção Artística. Políticas de Resistência.
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“O que podem as in(ter)venções audiovisuais das juventudes? Mobilizar afetos, fazeres e saberes científicos-comunitários” - Deisimer Gorczevski, Maria Fabíola Gomes, Sabrina Késsia de Araújo Soares, Maria Evilene de Sousa Abreu
Resumo: Ao propor acompanhar as in(ter)venções audiovisuais das juventudes, em territórios de criação e resistência, o estudo sugere um olhar atento aos encontros e modos de partilhar experiências acadêmicas e comunitárias. A cartografia e seus desdobramentos teóricometodológicos – produção de conhecimento-subjetividade em rodas de conversa e mostra audiovisual – provocam implicação constante, desde a escolha do Titanzinho, território geográfico e afetivo, na cidade de Fortaleza. Ao mapear, analisar e fazer circular produções audiovisuais, que tratam de visibilizar modos de ser e habitar a comunidade e a universidade constata-se a presença de intercessores mobilizados e mobilizadores de afetos, fazeres e saberes artísticos e comunicacionais incidindo e fazendo emergir expressões do sensível e práticas micropolíticas.
Palavras-chaves: juventudes; audiovisual; amizade; comunidade; universidade.
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“Intervir e inventar encontros das Juventudes com imagens de si e do mundo” - Deisimer Gorczevski, Maria Fabíola Gomes, Sabrina Késsia de Araújo Soares
Resumo: O processo de criação, produção e realização de encontros, rodas de conversa e mostras audiovisuais constitui matéria-prima na analise das in(ter)venções das juventudes que atuam em grupos de pesquisa, coletivos juvenis e organizações culturais e comunitárias, em Fortaleza, no nordeste do Brasil. O problema a que a pesquisa se dedica é o de analisar o que podem as in(ter)venções audiovisuais das juventudes, em se tratando de processos de singularização e a constituição de coletivos mobilizados por experiências universitárias, comunitárias, comunicacionais e artísticas. Como conceitos perturbadores, nesse trabalho, enfatizamos a produção de subjetividade, amizade e a cartografia nos estudos de Gilles Deleuze e Felix Guattari. Ao criar, realizar e inventar modos de fazer circular produções audiovisuais, o jovem produz a si mesmo incidindo e fazendo emergir composições singulares e coletivas. Tais constatações foram cartografadas considerando, prioritariamente, as experiências de compor, produzir e realizar encontros audiovisuais. Ao longo da pesquisa, constata-se a relevância de alguns intercessores que operam para mobilizar experiências e alianças entre e com jovens. Entre os intercessores, encontramos os laços tanto de parentesco como de amizade. Os jovens vivem a experiência de apoiar as ideias uns dos outros e trabalhar para que elas aconteçam ao mesmo tempo em que tentam manter alianças antigas com outras instituições para efetivar a vivência dessas ideias, buscam também novas alianças que visam agregar mais jovens e amigos aos movimentos comunitários e culturais, de forma autêntica e inovadora. Essas experiências podem ser observadas no processo de criação e realização da Mostra Audiovisual do Titanzinho. A Mostra se apresenta como dispositivo capaz de fazer emergir peculiaridades entre juventudes, instituições e tecnologias. Nos vídeos exibidos, são essas coemergências que tomam a tela e a rua onde a Mostra acontece. Imagens e sonoridades mobilizadas por escolhas éticas, estéticas e afetivas que exibem o olhar atento, a estima e amizade por este território geográfico e existencial, enunciando visibilidades e dizibilidades dos modos de viver e conviver no Titanzinho. Tais experiências suscitam questões e afirmam esses intercessores e suas relações com um conjunto de argumentos para seguir problematizando os modos de ver, ser visto e do rever-se nas telas e ruas de nossas cidades e os modos de inventar e habitar a contemporaneidade. A pesquisa In(ter)venções audio-visuais das juventudes em Fortaleza e Porto Alegre conta com bolsa PIBIC da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) e realizada nos Grupos de Pesquisa Relação da Infância, Juventudes e Mídia- Grim, Mídia, Política e Cultura, ambos na UFC, em Fortaleza, Educare – Educação e Micropolíticas Juvenis, na UFRGS, Ong Camp e o Fórum Educação da Restinga e Extremo Sul -Feres, em Porto Alegre.
Palavras-chaves: juventudes; audiovisual; amizade.
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"Fortalezas Sensíveis: o virtual no processo de escritura" - Júlia Moreira Ribeiro e Deisimer Gorczevski
Resumo: A pesquisa Fortalezas Sensíveis: Escritas com a Cidade é atravessada pela experimentação dos múltiplos viveres com a cidade e a universidade em que somos instigados a exercitar o devir-escrita: uma iniciativa política, poética e estética. Pensando em deslocamentos entre escritas e escrituras, foram propostos movimentos coletivos e individuais a partir de encontros em um ateliê de criação com os participantes do Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas (LAMUR|UFC) e a criação de um acervo digital. O processo de criação de um SITE|ACERVO levantou indiretamente questões de uma escrita com o virtual. Ao depararmo-nos com as tecnologias disponibilizadas na plataforma digital, surgiu o questionamento da possibilidade de ir além de uma criação funcional, na qual também pudesse operar o modo de pensar e agir coletivo e individuais do laboratório, além de sua trajetória com pesquisas, intervenções artísticas, produções, oficinas, entre outras ações. Nas experimentações com a plataforma foi se percebendo as oportunidades de criar com o dispositivo e com o projeto do site, que tinha uma finalidade e um roteiro pré-definidos, no entanto, no processo de montagem foi possível acessá-lo como um meio de e para a escritura. À essa escrita disfuncional, errática e detentora de um potencial criativo deve-se o surgimento de um SITE|ACERVO com diferentes trajetos do LAMUR como um espaço virtual rizomático, composto por imagens entre imagens, em muitos sentidos, e se inscrevem junto às pessoas e aos seus caminhos, além das histórias de outros grupos e aliados que se cruzam e dão a ver o sentido de coletivo no coletivo. Assim como na Ciranda do Gatilho (2020), somos endereçados a interagir com o movimento espiralar que a escrita com o virtual nos desafia a lidar e instigados a também criar um caminho que pode ser realizado por quem acessa o site. A pesquisa tem como apoio bolsa PIBIC de iniciação científica, possibilitada pela UFC.
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"Fortalezas Sensíveis: Escritas com A Cidade" - Pe Pepe e Deisimer Gorczevski
Resumo: Compondo a pesquisa Fortalezas Sensíveis: Escritas com a Cidade, que tensiona a produção de escritas e escrituras em relação direta com a construção coletiva, simbólica e afetiva da cidade, esse trabalho investiga o processo de criação e organização de um Acervo digital|Site com o Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas (LAMUR|UFC), como tecnologias de resistência emergentes na universidade habitam o território limite entre o panóptico instituído e a penumbra urbana. Assumindo as contradições de uma atuação que, ao mesmo tempo que busca traçar linhas de fuga e provocar estriamentos no tecido urbano, é, também, institucionalizada, compor em um site o modo de se apresentar, passando pela estranguladora necessidade de organização categórica, se torna um grande desafio. Como organizar e apresentar um corpo coletivo desobediente | indisciplinar? É possível apresentar o vivido de uma atuação sempre presentificada e micropolítica por meio de plataformas digitais? Como arranjar de maneira apresentável as diversas agências de um corpo coletivo sem produzir ruídos entre memória e potência de atuação? As experimentações com a criação do site provocam, inquietam, problematizam, tensionam o estabelecido, forçando o inusitado de novas configurações. Torna-se urgente, em meio a crescente voracidade do capital e das instituições de controle, atenuar o estado de alerta, aprimorar a esquiva da captura, e articular tangentes para não incorporar dispositivos de enrijecimento e de exploração que assombram historicamente a produção científica e a proposição de alternativas no Brasil e no mundo. A pesquisa tem como apoio bolsa PIBIC de iniciação científica, possibilitada pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP).
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"DE ESCRITA EM ESCRITURA: AS MATERIALIDADES COMO DISPARADORAS" Júlia Moreira Ribeiro e Deisimer Gorczevski
Resumo: A pesquisa Fortalezas Sensíveis: Escritas com as Cidades tem como objetivo cartografar e inventar proposições poéticas e políticas que ativem a relação entre o pesquisar e o escrever e a experiência ética e estética do encontro com modos de existência singulares e coletivos, no cotidiano das cidades e da universidade. Durante o primeiro período da pesquisa exercitamos a escrita virtual no processo de criação do ACERVO DIGITAL|SITE do Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas (LAMUR|UFC) [www.lamur-ufc.com ]. Com a cartografia das pesquisas, intervenções e publicações, a materialidade arquivística foi trabalhada em encontros do laboratório, bem como no Ateliê de Escrita Inventiva, onde experimentamos a escrita com que foi posteriormente denominada escrita Cobogó, uma escrita arejada, trans lúcida, composta por passagens, cheia de vazios, trans formadoras, transparentes, com brechas de luz e sombra, aberturas que fazem circular o ar. Nesse percurso convidamos pesquisadores|artistas que operam processos de criação com escritas|escrituras (poesias, imagens e sonoridades, métodos intuitivos e design), propondo os Conversações com a Escrita. Como desdobramento, criamos o Grupo de Estudo Escrita|Escritura, provocado pelo desejo de avançar nos estudos e nos modos de exercitar essa escrita Cobogó. Esse conjunto de proposições vêm instigando a reflexividade acerca das materialidades da escrita, tomando a escritura como possibilidade de expandir e inventar outros modos de operar com as palavras. A pesquisa tem como apoio bolsa PIBIC de iniciação científica, possibilitada pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
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RESUMOS
Trabalhos em Eventos
"INVENTANDO MEMÓRIAS COM O BAIRRO: MOSTRA AUDIOVISUAL DO TITANZINHO " - Deisimer Gorczevski, Sabrina Késia de Araújo Soares. SOCINE, 2023
RESUMO: A Mostra AudioVisual do Titanzinho chega à sua décima edição, em 2023, na cidade de Fortaleza, afirmando filmes feitos com o bairro, produções que raramente circulam nos espaços tradicionais do cinema. Ao criar espaços de convivência, promover encontros com diferentes formatos, tecnologias e modos singulares de exibição, a Mostra traz à tona problemas e potencialidades, afirmando o lugar de moradia, a participação comunitária e a produção audiovisual como invenção de memórias do território.
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"Processos de criação com cinemas que inventam comunidades" - Deisimer Gorczevski. Trabalhos Aprovados. SOCINE 2021
Resumo: Ao pensar os modos de pesquisar e fazer cinema com comunidades, evidenciam-se desafios presentes, desde a constatação da complexidade das mutações nos modos de conhecer e se relacionar com o cinema e o audiovisual, na contemporaneidade, considerando questões que rompem com as linguagens clássicas, a emergente hibridização de gêneros, na perspectiva de um pensamento transdisciplinar e seus agenciamentos em práticas coletivas e colaborativas.
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“Cinema In(ter)venção com as ruas, praças e o farol, em Fortaleza” - Deisimer Gorczevski, 2019
RESUMO: Ao acompanhar processos inventivos entre o pesquisar e intervir e a experiência estética e política do encontro com moradores, no bairro Serviluz, interessou analisar as ações do Cine Ser Ver Luz e os modos de ocupar as ruas, praças, o Farol do Mucuripe e as associações, cartografando as intervenções audiovisuais que problematizam as relações entre arte e vida cotidiana e as constantes ameaças das políticas de remoção, nessa região de Zona Especial de Interesse Social – ZEIS, em Fortaleza (CE).
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"Modos de habitar|ocupar o bairro com cinema" por Deisimer Gorczevski e João Miguel Lima, no 2º Seminário Cinema Urbana, em Brasília
RESUMO EXPANDIDO: O artigo apresenta percursos poéticos e políticos entrelaçados com imagens que tateiam gestos de afeto com a cidade, propiciando novos modos de pensar as aproximações entre o direito ao cinema e o direito à cidade. Em especial, apresentamos as intervenções Titan não se vende, Farol OcupAções e Mostra AudioVisual com o bairro Serviluz, em Fortaleza. Nossas pesquisas e intervenções com cinema acontecem em aliança com moradores do bairro, desde 2011, ano em que conhecemos a Associação de Moradores do Titanzinho. Com a montagem anual da Mostra AudioVisual, a realização de oficinas e a criação do cineclube Cine Ser Ver Luz, desdobram-se processos de criação singulares e colaborativos, em projetos de pesquisa realizados entre o Coletivo AudioVisual do Titanzinho e o Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas, na Universidade Federal do Ceará. Processos em que a universidade e o Serviluz afirmam modos de habitar|ocupar o bairro com cinema, mobilizar afetos e inventar alianças, em meio a recorrentes ameaças e investidas das políticas de remoção e as mobilizações de moradores pelo direito à moradia e por políticas de urbanização.
"A estética da farinhada no Ceará: um devir-fílmico 'Debaixo do Barro do Chão' " - Francisco Harley de Oliveira Almeida e Deisimer Gorczevski
Resumo: A pesquisa propõe tatear com os rastros sonoros e imagéticos que perpassam a oralidade de mulheres agricultoras, em comunidades rurais, no sertão cearense, aproximando-se de saberes e práticas ancestrais indígenas, tramando percursos, marcando potencialidades presentes nas comunidades de Carapebas Cruxati, em Itapipoca, e de Uruá, em Barreira, no Ceará. Nesse estudo, que envolve a realização audiovisual, a metodologia aponta para um processo de criação com a cartografia esquizoanalítica, conforme a perspectiva da filosofia da diferença de Gilles Deleuze e Félix Guattari (1995) e o conceito de devir-fílmico (ALMEIDA, 2019), o qual consiste numa expressão audiovisual que transversaliza ciência, filosofia e arte. O devir-fílmico assinala as intensidades vividas, captando os efeitos das forças humanas e inumanas. Dessa maneira, transgride o território identitário, quando a experimentação imagética perpassa as fronteiras e as linhas de existência, resistentes nas margens que assinalam modos de vida. Um devir que gera um composto por blocos sonoros, blocos de cores, repouso em imagens que se borram e se mesclam, tensionando a escapar do humano e de seus traços antropomórficos. Pensando no sentido rizomático e não hierárquica no que tange aos territórios de múltiplas entradas e saídas. Experimentando com a farinhada em um traço imanente entre comunidades-territórios-fílmicos em que o pensamento ecosófico transversaliza os modos de vida das raspadeiras de mandioca e são capazes de produzir uma ligadura nos processos que definem um rosto multidimensional, produzindo revides ao modo capitalístico que insiste em espalhar rastros de morte por meio da dominação, da segregação e da eliminação. Experimentação como eco-potência de uma dimensão estética que corta e se conecta a uma dimensão ética e política, produzindo aberturas para novos universos referenciais.
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TCCs
Sítio Tunga: Cartografando os apagamentos e catando permanências - Francisco Feitosa Moura Filho
RESUMO: Este trabalho com escrita ensaística se propõe cartografar as transformações socioespaciais de um vazio urbano de 20 hectares em área de elevada especulação imobiliária em Fortaleza-CE, nomeada de Sítio Tunga, que está em processo de requalificação urbana via parceria público-privadas. A partir do caminhar à deriva, como prática estética, nos propomos a criar gestos de criação com o espaço a partir da cata de materialidades e fragmentos, que vão desde o sonoro e a imagem passando por objetos, plantas, sementes, pedras, fungos, conversas e tudo o que compõe os apagamentos e permanências vivenciadas com o Sítio Tunga.
Palavras-chave: Caminhar. Vazios urbanos. Cartografia. Landart. Vídeo-ensaio
A inventar corpografias com a cidade. - Raul Soares Girão
RESUMO: Este projeto tem o objetivo de instigar possibilidades de invenção de cidade com o corpo e os seus sentidos, dando ênfase ao tato, recorrendo a experiências corpográficas. Ao traçar este percurso investigativo, culmino na produção de um jogo, o “TOCA”, que articula invenção, tato, corpografia e cidade como dimensões coimplicadas. Nessa perspectiva, o jogo se estruturacom a coleta de indícios sensíveis de três itinerâncias durante as quais propus, junto de outras pessoas, caminhadas de olhos vendados pela cidade de Fortaleza – momentos que denomino “Experiências em Corpografia”. Assim, converso com Montagu (1988) e Pallasmaa (2011) para articular estudos do tato com o espaço urbano, com Jacques (2008; 2009; 2014) e Britto (2013) para pensar o que pode a corpografia nessa conjuntura, com Kastrup (1999; 2001; 2012) por concordar que a vida é um processo de invenção, e com argumentos situacionistas, empenhados pelos pensadores da Internacional Situacionista (IS), para ter condições de entender o jogo como tal baseado na construção de situações. Por fim, percebo, em tensão aos problemas inflamados por este projeto – como os modos que o processo de invenção do espaço urbano pode se desenvolver com experiências sensíveis e a hegemonia da visão enquanto prática majoritária vigente de produção de cidade –, que outros modos de vida com as cidades, corpóreos e sensoriais, são possíveis e urgentes para a construção de espaços cada vez mais coletivos e participativos.
Palavras-chave: Cidade. Corpografia. Invenção. Jogo. Tato.
" AUDIOVISUAIS QUE INVENTAM O BAIRRO: O SERVILUZ QUE INSISTE EM FAZER SUA HISTÓRIA" - Maria Fabiola Gomes
Resumo: Este trabalho analisa audiovisuais produzidos com os moradores do Serviluz, localizado em Fortaleza, Ceará. Moro neste bairro, onde participo da Associação dos Moradores do Titanzinho e do Coletivo AudioVisual do Titanzinho, produzindo arte e política com suas ruas, praças e o Farol do Mucuripe. Inspirada na pesquisa-intervenção e na atitude do cartógrafo, mapeei a produção audiovisual do bairro nas mostras audiovisuais e sessões do Cine Ser Ver Luz, escolhendo três vídeos: “Ibioara” (2009), “Vestígio” (2007) e “O Povo da Praia Proibida” (2011), que apresentam aspectos da constituição do bairro, modos de vida de seus moradores e a relação com o mar e a cidade. Além das análises dos vídeos, foram realizadas aproximações com os diretores, pesquisa bibliográfica e documental. Nesse processo, observo o modo como a produção audiovisual enuncia o bairro permeado pela circunstância da migração, a política de amizade e as ambiguidades na relação com a cidade. São evidências que trazem à tona as marcas e a memória de uma comunidade que insiste em fazer a sua própria história. Tanto as minhas memórias afetivas, como as do próprio bairro dentro das narrativas desses vídeos, vão conduzindo esta escrita que se propõe uma forma de olhar para a produção audiovisual comunitária como cinema potente e inovador dentro desse próprio bairro, sem esquecer que ele é também a cidade.
Palavras-chave: Serviluz. Audiovisuais. Memória. Amizade. Cidade.
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Resistir como quem deseja: a construção do coletivo Quem Dera Ser um Peixe como subjetivação política.- Bruna Luyza Forte Lima Oliveira
RESUMO: “Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador”. O antigo provérbio africano enuncia um incômodo: por que algumas histórias são legitimadas como verídicas e alcançam mais destaque do que outras, construindo representações supostamente únicas? Esta pesquisa tem como objetivo refletir sobre o processo de subalternização (SPIVAK, 2014) socioeconômica e epistêmica da comunidade centenária Poço da Draga, localizada na orla marítima da cidade de Fortaleza (CE), destacando os impactos dessa desigualdade sobre o território. Área de baixa renda suscetível de recuperação urbanística e regularização fundiária, a comunidade está invisibilizada entre equipamentos culturais e comércios luxuosos na Praia de Iracema, sofrendo constantes ameaças de remoção pelo poder público e marginalização por demais atores sociais. Em diálogo com o método cartográfico, pesquiso narrativas sobre direito à cidade (HARVEY, 2012; ROLNIK, 2015) elaboradas pelas organizações de moradores Movimento ProPoço e ONG Velaumar acerca da própria localidade, ampliando um debate teórico sobre as teias de influência e poderes na produção do espaço urbano, histórias orais (PORTELLI, 2016), saberes locais (MIGNOLO, 2003) e pensamento fronteiriço (id.) a partir de uma perspectiva descolonial. Abordo, por fim, a contribuição dessa gramática de resistência concebida no Poço da Draga para o desenvolvimento de um planejamento urbano humano (MIRAFTAB, 2016), ou seja, protagonizado também por grupos socioeconomicamente vulneráveis.
Palavras-chave: Descolonialidade; Direito à Cidade; Fortaleza; Narrativas; Poço da Draga; Subalternidade
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Dissertações
"O AVESSO DA CAVERNA COM A NUCA DO CINEMA" Nataska Conrado Veiga Braga
Resumo: Bem no meio, um fim, um começo, o dobrar de uma aventura cartográfica com alguns gestos, encontros, montagens e alegrias com o cinema por passagens, aberturas, avessamentos, atravessamentos, luzes, sombras, visagens, diversões, bagunças e organizações efêmeras e contíguas que vêm com experiências junto ao Acenda uma Vela ¦ Cine Jangada, ao Cineclube Ideário, ao Tela Tudo Clube de Cinema, ao Cineclube Ser Ver Luz e a outros coletivos cineclubistas. Ziguezagueemos entre cinemas, bailemos entre desejos de ver, entre potências inventivas das distrações, como quem descobre ao contar histórias, que verdades e realidades são produzidas; como quem encontra resistência e poesia nos movimentos dos corpos nas penumbras que cercam as telas; como quem se percebe caminhante com os mundos que criamos pelas imagens postas a caminhar numa superfície qualquer; como quem se vê a aprender com a pele que recebe o toque luminoso do projetor, algo sobre tempos, dobras e afetos. Cinemas como multidão, entre, com e como acontecimentos, comunidades de diferenças que se avizinham a outras comunidades, espaços de partilhas sensíveis, de corpos com corpos contra corpos, de produções de afetividades, ¦co¦moções e emancipações. Cinemas como brinquedos que se abrem a formas sem fim com nossas invenções espectadoras (que com tudo agem) e com as enunciações de nossos movimentos a nos percebermos e a nos fazermos perceber nos observando uns com os outros e junto ao que nos inspira Hermano Figueiredo, Jacques Rancière, Humberto Maturana, Marie-José Mondzain, Georges Didi-Huberman, Gilles Deleuze, Félix Guattari, Suely Rolnik, entre tantos outros intercessores. Com isso, para cada cinema esperado, inúmeros cinemas não esperados; cinemas tantos entre tantas tentativas de dizê-los; cinemas que acontecem com performatividades e afetos daqueles e daquelas que somos – aqueles e aquelas que veem e vêm com os corpos e se juntam para ver ¦ inventar ¦ fruir imagens, que se juntam para estarem juntos. Ver ¦ inventar ¦ fruir que envolvem sempre um com. Rentes e diferentes, coletivos, espectadores-etc., produzimos nossos gestos, encontros e modos de vermos e estarmos com os cinemas; operamos e cuidamos de juntos nos divertirmos (desviarmo-nos, alegrarmo-nos, distraírmo-nos, entretermo-nos, curtirmo-nos); tomamos e materializamos poderes comuns; desmontamos e montamos sistemas, confusões e desordens; inventamos nossas festas, nossas marcas e nossas vidas; fazemos nossas revoluções e transformações, implicados que somos com tudo isso. E as mudanças, como a valer nos excita Joseph Beuys, devem se iniciar nos modos de pensar – momentos e movimentos que disparam todo e qualquer possível, toda e qualquer liberdade.
Palavras Chave: Cinemas. Espectadores. Modos de ver. Comunidades de cinema. Cineclubes.
"Caminhar e escutar: modos de experimentar e inventar com a cidade" - Laryce Rhachel Martins Santos.
Resumo: A escuta é um processo contínuo. Diariamente, somos envolvidos por uma profusão de sons. Estamos atentos à escuta destes sons? Além de um processo contínuo, seria a escuta seletiva? Focalizamos alguns sons, enquanto entreouvimos outros? Estas são algumas das questões que emergem durante o processo de criação deste estudo. Ao encontrar pistas para essas indagações, esta escritura partilha cartografias de percursos singulares e coletivos realizados com a cidade de Fortaleza, no Ceará. Com a escuta flutuante caminho com as praças, as ruas e as estações do metrô. O estudo inspira-se na cartografia (GUATTARI e ROLNIK 1996; ROLNIK 2016), na escuta (CAGE 2013, 2015; SCHAFFER 1988; WISNIK, 2017), no caminhar como prática estética (CARERI 2013; 2017) e nos conceitos sobre espaço (SANTOS, 2012). Como apontamentos das observações, percebo singularidades nas praças da cidade, embora a massa do trânsito seja comum a todas. Em algumas delas é possível fruir com as sonoridades dos pássaros e do farfalhar do vento nas folhas das árvores. Nas ruas da cidade, numerosos e distintos sinais sonoros orientam nossas ações. As estações de metrô impõem um silêncio fabricado de ruídos tecnológicos, ao mesmo tempo em que limitam a interação dos passageiros com os sons. Nessa perspectiva, o caminhar e a escuta coengendram-se como possibilidade de experimentar e inventar o mundo.
Palavras Chave: Escutar, Caminhar, Espaço
Caminhar entre fronteiras: Percursos singulares e coletivos com o Serviluz - Cecília de Queiroz Shiki
Resumo: A pesquisa se propõe em tornar visível e tensionar as linhas que produzem fronteiras presentes na experiência de quem vive no Serviluz, localizado na região leste de Fortaleza. Um trajeto caminhado, conversado, vivido com a história e o presente do bairro. Demograficamente, ocupado de forma heterogênea e desordenada convive com um complexo industrial de um lado e o mar do outro. Em um contexto de progressiva violência urbana e intervenções artísticas potentes, poderia a Arte Urbana permear as fronteiras que tangenciam a circulação de seus moradores? Para perscrutá-las, caminhar entre elas tornou-se prática cartográfica de aproximação com o território, com os artistas, pesquisadores, moradores e coletivos locais, especialmente o Servilost. A partir dessa experiência, foram construídos percursos narrativos atravessados, interrompidos, contaminados pela experiência de “caminhar com”. Constrói-se, portanto, um olhar sobre a fronteira como rizoma, conceito trabalhado a partir de Deleuze e Guattari (1995), abrindo para coletividades sensíveis que se contaminam, (re)inventam e resistem à uma cidade que se faz a cada dia mais fragmentada.
Palavras Chave: Servilost, Serviluz, Caminhar, Fronteira, Rizoma, Arte Urbana.
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Mapear é preciso: arte urbana, relações de poder e o Festival Concreto na cidade de Fortaleza - Aliria Aiara Duarte Lemos
Resumo: Na cidade de Fortaleza, a arte urbana, em suas distintas expressões, apresenta cenários promissores e, ao mesmo tempo, com muitos contrastes. Se por um lado a cidade convive com a ausência de políticas culturais em bairros esquecidos e “fora” do mapa, de outro vejo surgir um festival de arte urbana que direciona a atenção para uma atuação mais concentrada em percursos no entorno dos espaços convencionais da arte. Percebo assim a necessidade de políticas culturais mais abrangentes que tornem visíveis esses bairros, suas histórias e memórias para que não caiam no esquecimento. Considerando que todas as esferas da vida social são compostas de relações de poder e, nesse estudo, tendo como referência os conceitos de microfísica do poder e analise do discurso (FOUCAULT, 1998, 1996) questiono como acontecem essas relações para a atuação artística urbana no Festival Concreto. Ao acompanhar o processo de preparação e realização do Festival, com inspirações na cartografia e na etnografia, apresento para a análise os discursos e as práticas tensionadas a partir das relações entre arte e política e os conceitos de desentendimento e dissenso (RANCIÈRE, 1996a, 1996b). No processo da pesquisa, realizo um exercício de mapeamento situando locais de visibilidade e abandono, de atuação do Festival Concreto e atuação artística independente e de onde o poder público e privado são mais presentes. E com as contribuições de Alexandre Barbalho e Antônio Albino Canelas (2007) que ampliam a noção de perspectiva multidisciplinar na área da cultura, também considero aspectos de como a arte urbana se constitui hoje ao estar atrelada às políticas culturais, apoio estatal e privado, em Fortaleza. A leitura de como funciona o neoliberalismo e a lógica do mercado, que tende a englobar diversas estruturas, abrangendo as políticas culturais, políticas públicas, o sistema de arte e todas as demais áreas sociais amplia a condição de analise que envolve a realização do Festival Concreto, bem como outras ações de instituições públicas e privadas, evidenciando a pertinência de estudos e proposições artísticas que questionem a lógica de mercado, ultrapassando fronteiras geográficas e construindo novas relações de poder que ampliem os diálogos com a cidade para além dos espaços convencionais das artes e das rotas culturais e turísticas.
Palavras Chave: Arte urbana; Arte e política; Relações de poder; Festival Concreto
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Intervenções com a Casa: do Barão, da Vila, das Artes, da Cidade - Sálvia Braga Pinheiro
Resumo: A Casa, conhecida como do Barão de Camocim, um dos patrimônios históricos e culturais da cidade de Fortaleza, ao longo de sua trajetória, que soma cerca de 130 anos, vem passando por intervenções nos âmbitos de sua estrutura física, funcional e política. Atualmente é um Centro Cultural vinculado à Vila das Artes, equipamento da Secretaria Municipal de Cultura, com formações e núcleos de produção artísticos de múltiplas linguagens, lugar de invenções que transpassam a pequena Vila da rua de paralelepípedos e esgarçam as barreiras geográficas e existenciais. De uma memória ligada à burguesia aristocrática, a momentos de fechamento, opacidade e “vazios plenos” de encontros e possibilidades (JACQUES, 2013). Território de ruínas, manchas, marcas, frestas, grandeza, imponência e fantasmas de um passado colonial, obscuro como o porão semi enterrado onde dormiam os que limpavam a Casa e serviam à família de barões. Lugar de passagens, do liso, do estriado (DELEUZE; GUATTARI, 2012), da desativação à ativação, do público ao privado (SENNET, 1999), de intervenções, de construções materiais e/ou poéticas, de partilhar o sensível (RANCIÈRE, 2009), de criação de dissensos e disputas, como no momento em que foi cedida a uma instituição privada, sendo "reformada" e mantida sob holofotes, ou quando é ocupada por artistas, estudantes e participantes de movimentos sociais e culturais da cidade. Com a cartografia (DELEUZE; GUATTARI, 2012; ROLNIK 1988; KASTRUP, 2009) e o Site Specific (BARRETO, 2007; ALBUQUERQUE, 2016), realizo a pesquisa com imersões e intervenções em processos de criação como Lavação (2014) e Replantio (2018) junto a outros artistas em exposições coletivas, ativando novos modos de habitar e inventar a Casa, considerando os fazeres e saberes que dela emergem.
Palavras Chave: Cinema; Espaço; Gestos; Texto-trajeto
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Notas para uma cidade por vir: os gestos fílmicos engajados na invenção do espaço urbano - Ana Paula Veras Camurça Vieira
Resumo: A partir da proposição de um texto-trajeto, esta pesquisa busca caminhar em companhia de alguns filmes, tanto ficcionais como documentais, realizados nos últimos anos em Fortaleza – CE. Durante esse caminho, nossa escuta se ateve aos modos como as imagens, em meio às disputas que emergem à superfície do espaço urbano, colaboram com um enfrentamento aos projetos hegemônicos de cidade. Cada filme elabora gestos substanciais na reconfiguração de uma relação com a cidade ao afirmar um espaço de invenção, questionar formas de atuação dos poderes instituídos e tensionar determinados regimes de visibilidade. Junto aos filmes Duas Avenidas (Diógenes Lopes, 2012), Vista mar (Rubia Mércia, Pedro Diógenes, Rodrigo Capistrano, Victor Furtado, Claugeane Costa e Henrique Leão, 2009), Titanzinho Não Se Vende (Coletivo Servilost, 2019), VENDO MAR (Realização coletiva, 2016), Visita Guiada (Victor Furtado, 2016), Ponte Velha (Victor de Melo, 2018), Visita da Raquel Rolnik no Poço da Draga – Parte I (Conselho Comunitário da Defesa Social e Ilha da draga audiovisual, 2012), Mauro em Caiena (Leonardo Mouramateus, 2012) e Boca de Loba (Barbara Cabeça, 2012), em um processo que se constituiu levando em consideração a implicação direta da pesquisadora, abordamos de que forma esses gestos fílmicos inventam modos de engajamento no tempo e no espaço.
Palavras Chave: Cinema; Espaço; Gestos; Texto-trajeto
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“PERCURSOS IMPREVISÍVEIS: UM GESTO DE CRIAÇÃO COM O ESPAÇO URBANO” - Ana Paula Vieira
RESUMO: Esse trabalho propõe uma reflexão em torno de alguns percursos traçados na cidade de Fortaleza, por meio de um gesto de criação com o espaço urbano. As ruas, os espaços públicos e os movimentos que compõem cada bairro são tomados como elementos do campo de investigação. Um dispositivo inventado faz algumas indicações que possibilitam a elaboração de textos-trajetos e a configuração de outros mapas para narrar uma cidade que se constitui ao nível do chão. Um caminho atravessado por percepções, fabulações e encontros inesperados dá lugar à dimensão da experiência.
Palavras-chave: Cidade. Percurso. Experiência. Mapas.
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“Cartografia dos espaços sentíveis: habitar a escuridão como processo inventivo” - Adriano Morais de Freitas Neto
Resumo: Esta escrita se faz no escuro, habitando-o e afirmando-o como processo inventivo. Encarando assim algumas problemáticas: Como olhar e criar no meio de tanta luz, de tantos excessos? Diante do esvaziamento de sentidos pelo excesso de significados, como construir então buracos negros? Como produzir um corpo não hierárquico, que atue por um sistema das sensações e da invenção, diferente de um sistema em que os órgãos assumem posições bem controladas, hierárquicas e utilitárias? Fechar os olhos não seria então um ato revolucionário? Um processo então realizado a partir de um laboratório movente e caminhante se faz força para enfrentar esses problemas. Neste processo, o principal desejo é o de investigar o ato criativo, dentro do campo da imagem, a partir da escuridão, tensionando assim as dicotomias ocidentais instituídas e buscando assim, zonas de fuga das grandes luzes da sociedade visuocêntrica apontada por Crary (2012, 2016) e Bavcar (2003, 2005), pelo corte no que se vê, pelo escuro, pela micropolítica. A cartografia, abordagem presente em Deleuze e Guattari (2011, 2012); Rolnik (2016); Costa (2020); Passos, Kastrup, Escóssia (2015) e Bauchwits (2020), surge aqui como força para essa investigação. Práticas individuais e coletivas entre os anos de 2014 até agora são trazidas e analisadas de forma a produzir cisões aos modos apenas visuais de concepção da imagem. Práticas vagalumes que, habitando a escuridão, aparecem e desaparecem, criando rasgos no tempo ao embaralhar o passado e o presente em experimentos desse laboratório; na imagem ao possibilitar sua abertura para a própria vida e nos sentidos ao construir um corpo que vê também pelo tato, que toca também pela escuta, que sente cheiros também pela visão, onde os sentidos estão em constante devir, por isso da ordem do sentível.
Palavras Chave: Imagem; Cegueira; Cartografia; Sentidos; Sentível.
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“Ornamento aventura errante” - Aline Albuquerque
Resumo: O ornamento pode ser compreendido como a marca de um gesto, em que é possível supor a presença do trabalho manual e do pensamento, aproximando-se, portanto, do conceito de artefato, em que as qualidades estéticas e funcionais se encontram indissociáveis. A partir dessa ideia, é possível despi-lo da capa de acúmulo, excesso e frivolidade com o qual foi recoberto pela história da arte ocidental “oficial”, em nome do progresso, e conferir potência política à subjetividade de sua estética não representativa. Essa pesquisa propõe um olhar multifocal para o ornamento, como uma espécie de dispositivo capaz de agenciar a dimensão íntima do gesto criativo e as inúmeras possibilidades de dar-lhe visibilidade, especialmente com a fotografia e o espaço urbano, intervindo de modo sutil na superfície das cidades e na vida das pessoas.
Palavras-chave: Ornamento; Artesanato; Subjetividade; Cotidiano; Política.
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“ HISTÓRIAS DA TERRA E DO MAR: NARRATIVAS SOBRE RESISTÊNCIA NA COMUNIDADE POÇO DA DRAGA” - Bruna Luyza Forte
Resumo: “Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador”. O antigo provérbio africano enuncia um incômodo: por que algumas histórias são legitimadas como verídicas e alcançam mais destaque do que outras, construindo representações supostamente únicas? Esta pesquisa tem como objetivo refletir sobre o processo de subalternização (SPIVAK, 2014) socioeconômica e epistêmica da comunidade centenária Poço da Draga, localizada na orla marítima da cidade de Fortaleza (CE), destacando os impactos dessa desigualdade sobre o território. Área de baixa renda suscetível de recuperação urbanística e regularização fundiária, a comunidade está invisibilizada entre equipamentos culturais e comércios luxuosos na Praia de Iracema, sofrendo constantes ameaças de remoção pelo poder público e marginalização por demais atores sociais. Em diálogo com o método cartográfico, pesquiso narrativas sobre direito à cidade (HARVEY, 2012; ROLNIK, 2015) elaboradas pelas organizações de moradores Movimento ProPoço e ONG Velaumar acerca da própria localidade, ampliando um debate teórico sobre as teias de influência e poderes na produção do espaço urbano, histórias orais (PORTELLI, 2016), saberes locais (MIGNOLO, 2003) e pensamento fronteiriço (id.) a partir de uma perspectiva descolonial. Abordo, por fim, a contribuição dessa gramática de resistência concebida no Poço da Draga para o desenvolvimento de um planejamento urbano humano (MIRAFTAB, 2016), ou seja, protagonizado também por grupos socioeconomicamente vulneráveis.
Palavras-chave: Descolonialidade; Direito à Cidade; Fortaleza; Narrativas; Poço da Draga; Subalternidade.
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“Um passeio enativo com Acidum: arte urbana em Fortaleza e a criação de ficções pela cidade” - Carla Galvão
Resumo: Este estudo trata da relação da arte com a cidade, pensando a arte contemporânea como possibilidade de criação de outras cidades ao provocar diferentes modos de olhar, sentir, imaginar e inventar o espaço-tempo urbano. Interessa pesquisar as intervenções artísticas do coletivo Acidum, em Fortaleza, observando como a arte urbana pode interferir nos modos de ser, de pensar e de viver, criando ficções, modificando o espaço. A pesquisa acontece como um exercício, considerando as contribuições teórico-metodológicas dos estudos de Francisco Varela (1991,2001), em especial, a Abordagem Enativa, que compreende a cognição como a invenção de realidades, opondo-se à noção representativa de uma realidade pré-definida a ser revelada pelo pesquisador. O pesquisar emerge no observar, acompanhando algumas intervenções do coletivo, atualizadas nas anotações do diário de bordo, analisando vídeos e fotografias e realizando “entrevistas enativas”, proposição apresentada nos estudos de Letícia Maria Renault de Barros (2010). O que faz com que algumas imagens produzam inquietação e outras não? Como as intervenções do Acidum afetam os modos de transitar e de olhar a cidade? No percurso da pesquisa, alguns conceitos colaboraram com as análises, em especial, Partilha do Sensível e Ficções, apresentados por Jacques Rancière (2005; 2010). Nessa perspectiva, enfatizo a relação entre arte e política trazendo também contribuições dos estudos de Giorgio Agamben, Hannah Arendt, Chantal Mouffe, Didi-Huberman e Gilles Deleuze. A arte do Acidum pode afetar a cidade à medida que produz imagens que provocam deslocamentos nos modos de olhar daqueles que caminham e as observam. A arte urbana pode problematizar criativamente o cotidiano, abrindo caminhos para a invenção de outras realidades. Constituindo resistências moleculares que florescem em meio à solidez dos preconceitos e das concepções endurecidas. Não seria essa uma função da arte, mas uma potência
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“Afetos da obra de Leonilson: arte e vida, mapas e escrita” - Wilma Farias Gois
Resumo: O estudo é um exercício de aproximações com a obra de José Leonilson (1957-1993), em especial, das escritas que pulsam de suas obras. Tais aproximações se deram a partir de visitas às exposições e ao acervo Projeto Leonilson, de revisões bibliográficas (LAGNADO, 1998; BECK, 2004; RICCIOPPO, 2010; PERIM, 2013; CASSUNDÉ, 2013; PEDROSA, 2014) e documentários (HARLEY, 1997; VIVALVI, 2003). Na compreensão do fazer em arte como pensamento e criação da vida a partir do sensível das sensações, uma orientação cartográfica se faz presente produzindo relações ente arte e vida (DELEUZE e GUATTARI 1992, 1995, 2007; KASTRUP, 2010; ROLNIK, 2014). Nesse sentido, o exercício de uma cartografia de afetos se constitui, na trama das relações entre vida, obra e conceito. O exercício cartográfico se faz a partir de bordados, de forma a costurar questões que afetam a pesquisadora ao estar em contato com as obras. Ao detectar uma escrita que compõe a obra em diferentes momentos, compreende-se a coexistência obra-artista e de como esta produz questões com a arte contemporânea e subjetividade a pensar modos singulares de existir.
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“GAIOLA EM DECOMPOSIÇÃO: O EDIFÍCIO SÃO PEDRO E A MEMÓRIA NA CIDADE DE FORTALEZA” - Virna Benevides
Resumo: Essa dissertação tem como objetivo refletir sobre como o estado do patrimônio público é capaz de denunciar a negligência e a omissão da memória na cidade, analisando o caso do Edifício São Pedro em Fortaleza. Para além disso, também visa construir um documento que sirva como registro à história do primeiro prédio da orla mais conhecida e de mais alto valor na cidade. Uso os contrastes possíveis que na capital alencarina são muito fortes e capazes de desmembrá-la em diversas cidades, mesmo sendo uma só. Para isso, analiso as questões patrimoniais mais fortes no Brasil e no mundo e afunilo o assunto tentando entender os motivos da construção do prédio na orla, pouco explorada na época de sua construção em 1951. Desenvolvo uma pesquisa predominantemente qualitativa, com uma revisão bibliográfica que tem a função de compreender as relações construídas com o mar durante os anos, até que adentro a história do antigo Iracema Plaza Hotel que se transformou em Edifício São Pedro, me utilizando de entrevistas em profundidade. Além disso, foi possível entender que as forças do capital imobiliário são extremamente mobilizadoras e ditadoras do que de fato acontece no meio urbano.
Palavras-chave: Edifício São Pedro. Fortaleza. Cidade. Patrimônio.
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“ OLHARES SUSPENSOS: DESENHO PARTILHADO COM JOVENS SKATISTAS E SEUS PERCURSOS ERRANTES EM FORTALEZA” - Raisa Cristina
Resumo: Esta pesquisa caminha em primeira pessoa, a partir de reflexões com o desenhar disparadas por memórias de vida e o desenhar de forma compartilhada, exercício que desenvolvo mais recentemente. O convite para o desenho a dois possibilita o encontro com jovens skatistas em Fortaleza e a criação de uma série de mapas-retratos, inspirados em seus percursos errantes pela cidade. Esses mapas-retratos consistem em desenhos que acontecem em duas camadas que se sobrepõem: uma é o mapa de percursos do jovem sobre o skate, outra é o retrato desse jovem. Faço uma camada e a outra é feita por aquele que convido a desenhar comigo. No processo de produção dos desenhos e de escrita, reinvento a relação com a cidade à procura desses jovens e na companhia deles. Sou levada a pensar na intimidade com o desenho e nas porções do desenho que escapam; começo a refletir sobre o fazer cartográfico e o conversar (MATURANA, 1988) como possibilidades de operar na pesquisa em que desejo me envolver com o outro - aquele que não conheço e de quem quero me aproximar -, assim como sinalizo um interesse acerca dos usos do mapa que subvertem a geografia tradicional. Suspeitando que a errância (JACQUES, 2012) desses corpos juvenis em ação pela cidade configure outros modos de sentir e praticar o espaço urbano, reflito acerca do poder dos encontros que reverbera em alterações na linha, no gesto, na composição, no movimento e também no jogo de olhares, narrativas e silêncios que se instaura no contexto de nossas relações.
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Produções Artísticas
A intervenção urbana fez parte da programação do V SEMINÁRIO INTERNACIONAL DAS ARTES E SEUS TERRITÓRIOS SENSÍVEIS II SEMINÁRIO TEPe: ENCONTRO INTERNACIONAL DE PERFORMANCES EXPANDIDAS [17 a 21 de Maio de 2022] EXPANDIR A PAISAGEM, PRATICAR OS TERRITÓRIOS: ENCONTROS E TENSÕES
"Intervenção Urbana: Titan Não se Vende – Encontro com as Fortalezas Sensíveis" 21 de maio de 2022
Que arte é essa que inventamos com o cotidiano, ao resistirmos propositivamente com a cidade sobre a qual pairam tantas ameaças? Sobre o Farol do Mucuripe — patrimônio histórico material e imaterial — pairam ameaças; sobre as famílias e suas casas; sobre as ruas e praias pairam ameaças; sobre a pesca artesanal, sobre os vendedores ambulantes, sobre as árvores (!), praças e parques, sobre o mangue e, sobretudo, sobre os grupos dissidentes; pairam ameaças sobre todos nós, especialmente neste momento em que o Brasil atravessa um intenso retrocesso com ameaças à democracia que tanto lutamos para conquistar.Atentos à lógica da política governamental, que é a lógica do mercado, que adequa a cidade aos mais ricos, esquecendo as populações que aqui habitam antes de reformar, privatizar, higienizar e derrubar o presente, querendo sempre um futuro, posicionamo-nos ao lado dos que resistem hoje a tantas ameaças. Entendemos que apenas onde moramos é possível intervir, no fluxo dos dias, nas urgências, nas delicadezas como nas lutas.
Ocupar a cidade é ocupar a vida, é cuidarmos uns dos outros, educarmos uns aos outros — e a universidade pública deve participar desse processo, inclusive para se fortalecer, pois que a ameaça também paira sobre ela. É preciso operar os conceitos aos quais tanto nos afeiçoamos, é preciso azeitar nossa máquina de guerra! É preciso estar atento, forte e sensível.
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O convite envolve o encontro com os olhos do mar | o Farol do Mucuripe, encontro com os moradores do entorno, com a rua Titan, um convite ao caminhar, parar, escutar, conversar e apreciar o mural colaborativo “Titan não se Vende” e o lançamento do canal de vídeos do Coletivo AudioVisual do Titanzinho, contemplar os becos e quem sabe dar um mergulho na praia das Pedrinhas.
Organização: Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas (LAMUR, PPGARTES-UFC), Associação de Moradores do Titanzinho, Comissão Titan e Coletivo AudioVisual do Titanzinho.
Local: Farol do Mucuripe
Instigadores: Adriano Morais, Aline Albuquerque, André Aguiar Nogueira, Bruna Forte, Bruno Ribeiro|Spote, Deisimer Gorczevski, Franscisco Moura, Harley Almeida, José Araújo, Julia Ribeiro, Katia Lima, Pedro Fernandes, Pepe, Ray Oliveira e Sabrina Araújo.